Em algumas congregações, as pessoas trocam seus nomes quando fazem os votos. Isto também aconteceu com Antônio, cujo nome de origem era Fernando de Bulhões. Nasceu em Lisboa em uma família rica e nobre. Na adolescência entrou para a Ordem de Santo Agostinho em Lisboa, sendo depois transferido por sua vontade para a cidade de Coimbra para ficar mais longe da família e dos amigos que tentavam tirá-lo da vida religiosa. Foi ordenado em Coimbra na ordem dos Agostinianos.
Em 1220 chegam a Coimbra as relíquias de cinco mártires franciscanos mortos em Marrocos. Nesse tempo, a fama de Francisco de Assis já era grande em Portugal e se espalhava pela Europa. Admirado pela vida de Francisco e pela história dos mártires, Fernando de Bulhões pede sua entrada na Ordem dos Frades Menores, onde adotou o nome de Antônio. Em seguida vai para Marrocos atendendo aos pedidos de seu coração. Entretanto, parece que o desejo de Deus para sua vida era outro: ele adoece e retorna a Portugal. Na viagem uma tempestade acaba por lançar a embarcação na direção da Sicília (Itália) onde Antônio acaba por se acolher com os frades menores em Messina.
Um tempo depois, Antônio participa do Capítulo Geral das Esteiras em Assis, com milhares de Frades e presidido pelo Frei Francisco (São Francisco de Assis). A vida leva Antônio para a Oratória e os estudos. Em 1222 ele foi requisitado para fazer uma pregação na cidade de Forli (Itália). O povo surpreende-se por sua oratória e desde então multidões se juntavam para escutá-lo falar. Isto chega aos ouvidos de Francisco que por carta pede então a Antônio para que ensine Teologia aos frades que viviam em Bolonha.
Quando tinha apenas vinte e seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália, cargo que aceitou, mas que nele não permaneceu. Seu coração ansiava por pregar pelas vilas e cidades e por socorrer aos necessitados. Há registros que tenha percorrido por toda a Itália e pelo sul da França. A partir daí Frei Antônio se torna ‘referência na propagação da palavra de Deus’. À medida que passa a ser conhecido, milagres começam a acontecer e isso com ele ainda vivo. Vale a pena verificar nas referencias O milagre da Mula, Os 15 milagres de Santo Antônio, entre tantos outros. Outro milagre muito conhecido é o da Pregação aos peixes. Também o deixou famoso o milagre dos pães. Contam que um dia alguns pobres lhe pediram pão. Como ele era o responsável pela dispensa, foi até lá e deu tudo do pouco que tinham. Mais tarde, os irmãos da congregação perguntaram pelos pães. Antônio não se apertou e disse que fossem a cozinha para buscá-los. E lá havia pão em abundancia. Daí a tradição da benção dos pães no dia de sua festa e nas terças-feiras. Estes pães são geralmente guardados em latas com mantimento para que nunca falte alimento às famílias. Também são inúmeras as graças alcançadas por seu intermédio.
Ele é o Padroeiro de Lisboa e em toda parte e conhecido por ajudar a arranjar casamentos e encontrar coisas perdidas. Na realidade, Frei Antônio ajudava as moças mais pobres a conseguirem dote para seu casamento, de acordo como costume da época. Há um caso famoso de que uma jovem que após sua morte, rogou a uma imagem de Santo Antônio auxílio para conseguir este dote. Então caiu das mãos do Santo um bilhete a ser entregue a um comerciante local. No bilhete, o Santo pedia que moedas de prata fossem entregues à moça na mesma quantidade do peso do bilhete. O comerciante achou graça naquilo e foi pesar o bilhete. Quatrocentas moedas de prata foram necessárias para os pratos de uma balança se equilibrassem. Foi então que o comerciante lembrou-se de uma promessa feita ao santo e ainda não paga de exatamente quatrocentas moedas de prata. Dizem que Antônio ‘era um homem forte e destemido, implacável contra os opressores dos fracos e contra o clero que não vivia de acordo com as regras’. Uma boa parte de seus sermões foi preservada e à Antônio é atribuída grande erudição em assuntos bíblicos. Morreu a 13 de junho de 1231, nos arredores de Pádua, na Itália. Tinha na época trinta e seis anos de idade. Foi sepultado nessa cidade numa basílica que se tornou lugar de peregrinação.
Alguns conhecem Santo Antônio pelo nome de Santo Antônio de Lisboa, outros por Santo Antônio de Pádua e outros ainda apenas por Santo Antônio. São nomes do mesmo santo. O primeiro pelo local de seu nascimento, o segundo pela cidade onde morreu e o terceiro, por uma forma simplificada que o tempo trouxe. Mas é a mesma pessoa.
Ele foi canonizado em maio de 1232 pelo papa Gregório IX. Em suas imagens encontramos sempre Santo Antônio carregando o menino Jesus, segurando um ramo de lírio e um livro. O lírio simboliza a pureza de sua alma além de ser a flor comum do mês de junho na Itália; o livro é a Bíblia e simboliza sua sabedoria e o conhecimento do Evangelho; e o menino Jesus representa a intimidade de Santo Antônio com Cristo.
Referências bibliográficas
História de Santo Antônio de Lisboa e Pádua (1195 – 1231) – O santo casamenteiro e Doutor da Igreja. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=lbfPpiqql5o>. Acesso em junho de 2020.
MANZOTTI, Pe. Reginaldo. A vida de Santo Antônio. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=_QSCoJ4q6MM>. Acesso em junho de 2020.
PIO MARIA, Ricardo. 15 milagres de Santo Antônio. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=pAAOmyj6jcI>. Acesso em junho de 2020.
UOL Biografias. Santo Antônio de Pádua: Frade Franciscano e doutor da Igreja. Disponível em <encurtador.com.br/mvSV9>. Acesso maio de 2020.